Nesta quinta-feira, 9, a Igreja católica entrou de modo
profundo no mistério da morte e ressurreição do Senhor. Este ano, em tempo de
pandemia por causa do COVID-19 , a vivência desse momento está sendo diferente:
cada fiel, em casa, com sua família. A adaptação se faz necessária por causa do
avanço da pandemia do novo coronavírus que aflige o mundo.
Com as igrejas fechadas por causa do isolamento social, a
Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB) preparou um roteiro especial de celebração para ser feito em
família para todo o Tríduo Pascal.
Como subsídio, a Comissão Arquidiocesana de Liturgia e
Fratelli Unitt prepararam um roteiro especial de “Oração em Família” para a realizar no Tríduo
Pascal.
Todo o texto e as imagens desta celebração estão no roteiro
disponibilizado para download no site da Arquidiocese de Brasília,
disponibilizado para download aqui.
Sexta Feira da Paixão: para baixar, clique aqui.
Reze conosco. Reúna sua família. Oportunidade igual a esta
talvez você não tenha mais.
Orientações
Procurar
um espaço que favoreça a tranquilidade e a intimidade com Deus (orne-o com
ramos, uma cruz, Bíblia, velas, imagem da sua devoção).
Durante
o dia, buscar momentos em família para rezar.
Evitar
tudo que neste momento possa desviá-lo do propósito (celular, televisão, afazeres
domésticos ...)
A
= Animador ou o Pai da família
I - COLOCAR-SE NA PRESENÇA DE DEUS
A.: Ó Pai, no silêncio, no jejum e na oração, nos colocamos,
respeitosamente, diante de Ti, para meditar a Paixão e morte do Teu Filho
Jesus.
Todos: Dá-nos, ó Pai, a graça de acompanhar Jesus
até o Calvário. Guiados por Ele, queremos abraçar a Sua Cruz para Dele receber
a salvação.
Ajoelhe-se por alguns minutos diante
da Cruz.
A.: Ó Pai, neste dia, ergue-se sobre o mundo a Cruz
de Cristo, fonte de vida e de esperança para todos aqueles que acolhem com fé o
Seu mistério de amor.
Todos: Eis-nos aqui, ó Pai! Cremos firmemente no poder
redentor da Paixão de Cristo Jesus e o acolhemos em nossa vida.
A.: Ó Pai, “a cruz de Cristo é fonte de todas as bênçãos e
origem de todas as graças.”
Todos: “Que a nossa inteligência, iluminada pelo Espírito
da Verdade, acolha com o coração puro e liberto, a glória da cruz que se
irradia pelo céu e pela terra.” Vinde Espírito Santo...
A.: Ó Pai, queremos durante todo o dia estar com Maria aos
pés da cruz. Deste lugar, nos abastecemos do amor incondicional de Jesus por
nós e recebemos toda a força que da Santa Cruz emana. Reconhecendo a nossa
fragilidade e incapacidade diante da doença que agora enfrentamos, a Maria
recorremos, elevando a nossa súplica.
SÚPLICA A NOSSA SENHORA APARECIDA
Todos: Ó minha Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do
Brasil, ore por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Mãe consoladora
dos aflitos, conforte com sua presença aqueles que mais sofrem em nossos
hospitais e em nossas casas: Interceda junto ao Pai e a seu Filho, novamente, o
dom do Espírito Consolador para todos aqueles que neste momento estão
necessitados. Ó minha Senhora Aparecida, Mãe e auxílio dos cristãos, muitos dos
seus filhos estão envolvidos no esforço exaustivo para curar os doentes; dai a
eles força, paciência, bondade, saúde, paz. Ó minha Senhora Aparecida, Mãe
amável, continue a nos inspirar na doce arte de nos tornar amáveis em momentos
de apreensão; inspirar palavras sábias que incentivem as pessoas na hora de
solidão; inspirar sinais de preocupação para com aqueles que estão muito
aflitos; inspirar delicadeza e sorriso com gestos de simpatia para que ninguém
se sinta estranho, abandonado ou desamparado. Ó minha Senhora Aparecida, Mãe
Virgem fiel, a senhora é a mãe que sempre nos incentivou a servir com
perseverança, a rezar com constância, a viver da firmeza na fé.
Que a nossa familiaridade com Jesus nos ajude a
reconhecer Deus, que é Pai, a rejeitar as imagens de um Deus distante,
indiferente e vingativo, a crer no Pai que nos ama e que nos dá o Seu Espírito
para nos tornar filhos no Filho, porque temos a certeza que, crendo, é que
temos vida, e vida eterna. Ó minha Senhora Aparecida, Mãe e refúgio dos
pecadores e Rainha da paz, abrace todos os seus filhos atribulados; que ninguém
se sinta esquecido; não permita, neste momento, que nos esqueçamos daqueles que
sofrem perto ou longe nós, pelo absurdo da guerra, pela insuportável injustiça
da miséria, pelo escândalo de doenças que podem ser facilmente curadas, pela
escravidão da dependência que o vício induz e provoca, tornando-o aparentemente
invencível. Ó minha Senhora Aparecida, Mãe e causa da nossa alegria, prepare
nossos corações para a alegria; que a benção de Deus nos ajude a sermos
protagonistas de uma história feliz, solidária, simples, trabalhadora e
orgulhosa, porque nossa terra é uma terra onde é muito bom viver. Ó minha
Senhora Aparecida, rogue por nós que recorremos à senhora, porque nos confiamos
agora e sempre aos seus cuidados maternais. Amém.
(Dom
Eduardo Malaspina - Arquidiocese de São Carlos)
A.: Ó Pai, no silêncio, na obediência e na entrega
confiante, José soube viver os momentos de cruz. Sob a intercessão dele, nos
refugiamos.
ORAÇÃO DO PAPA FRANCISCO A SÃO JOSÉ
Todos: “Protegei, Santo Defensor, este nosso País.
Iluminai os responsáveis pelo bem comum, para que saibam – como vós – cuidar
das pessoas confiadas à responsabilidade deles. Concedei a inteligência da
ciência àqueles que procuram meios adequados para a saúde e o bem físico dos
irmãos. Sustentai aqueles que se dedicam aos necessitados: os voluntários, os
enfermeiros, os médicos, que estão na linha de frente no tratamento dos
doentes, mesmo à custa da própria incolumidade. Abençoai, São José, a Igreja: a
partir de seus ministros, fazei-a sinal e instrumento da vossa luz e da vossa
bondade. Acompanhai, São José, as famílias: com o vosso silêncio orante,
construí a harmonia entre os pais e os filhos, de modo particular os mais
pequeninos. Preservai os anciãos da solidão: fazei que ninguém seja deixado no
desespero do abandono e do desencorajamento. Consolai quem é mais frágil,
encorajai quem vacila, intercedei pelos pobres. Com a Virgem Mãe, suplicai ao Senhor
para que liberte o mundo de toda forma de pandemia. Amém".
Aqui, fazer um breve intervalo.
Silenciar para sentir-se em sintonia com Deus.
II – ALIMENTAR-SE DA PALAVRA
Ouvir
ou cantar uma música suave;
Ler
com calma a Liturgia da Palavra da Paixão do Senhor.
Silenciar
para ouvir o que Deus tem a nos dizer.
Rezar com a Palavra.
1ª LEITURA (Is 52, 13-53,12) – Leitura do Livro do Profeta
Isaías.
SALMO: (30) R.: Ó
PAI, EM TUAS MÃOS EU ENTREGO O MEU ESPÍRITO!
2ª LEITURA (1 Cor 11, 23-26) – Leitura da Carta de São Paulo
aos Coríntios.
LEITURA DA Paixão de
Nosso Senhor Jesus Cristo - (Jo 18, 1-19,42)
Após
um tempo de silêncio, rezar.
III – REZAR COM A PALAVRA
Leitor: Ó Pai, meditando o mistério da doação total
de Jesus, o “Servo Sofredor” , o “Cordeiro Imolado” nós confiamos a Ti a nossa
vida, as nossas alegrias, os nossos sofrimentos e angústias, sucessos e medos.
A Igreja.
Todos: Que o sinal da morte de Cristo vivifique em nós a
Sua presença e a Sua força, Pai. “A Vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio, e
afirmo que só Vós sois o meu Deus”! (Sl 30,15).
Pai nosso... Ave Maria... Glória ao Pai...
Leitor: Ó Pai, mesmo caminhando em meio à
turbulência, confiamos na vitória, pois “Temos um Sumo Sacerdote eminente, que
entrou no Céu: Jesus, o Filho de Deus. Por isso, permaneçamos firmes na fé que
professamos. (Hb 4, 14).
Todos: Cremos que a “cruz é fonte de todas as bênçãos e
origem de todas as graças. Por ela, os que creem recebem na sua fraqueza a
força; na humilhação, a glória; na morte, a vida” (São Leão Magno).
Pai nosso... Ave Maria... Glória ao Pai...
Leitor: Ó Pai, “do paradoxo da Cruz surge a resposta
às nossas interrogações mais inquietantes. Cristo sofre por nós: Ele assume
sobre si os sofrimentos de todos e redime-os. Cristo sofre conosco, dando-nos a
possibilidade de partilhar com Ele os nossos sofrimentos”. (São João Paulo II).
Todos: “Aproximemo-nos então, com toda confiança, do
trono da graça para conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça de um auxílio
no momento oportuno”. (Hb 4, 16).
Pai nosso... Ave Maria... Glória ao Pai...
Leitor: Ó Pai, do alto da cruz Teu Filho, num momento
crucial de dor e de entrega, clama a Ti por nós: “Pai, perdoa-lhes, pois não
sabem o que fazem” (Lc 23,34).
Todos: Ó Pai, dá-nos a graça de contemplar a cruz
com o olhar do crucificado. Olhar de obediência, de confiança, de entrega, de
amor e de perdão.
Pai nosso... Ave Maria... Glória ao Pai...
Leitor: Ó Pai, a cruz é o sinal do amor misericordioso que
tens por todos nós. “Nela nós adoramos o Teu Filho Jesus que, na consumação de
sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem.”
(Hb 4,9).
Todos: “Ó admirável poder da cruz! Ó inefável glória da
Paixão!”
Pai nosso... Ave Maria... Glória ao Pai...
Leitor: Ó Pai, na cruz resplandece a vida, a nossa
vida, a vida divina que nos foi merecida por Cristo. Todos: Queremos, ó Pai,
num gesto de amor, beijar o Lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo!
Após um tempo de silêncio, com reverência, beijar o crucifixo.
COMUNHÃO ESPIRITUAL
Leitor: Ó Pai, a Cruz não é um sinal mudo; ela dá,
traz e oferece a vida no Amor e na entrega obediente! Vivendo do mistério que
dela emana, temos a nossa vida revestida de Cristo, por dentro e por fora.
Fazendo, agora, a nossa comunhão espiritual, queremos te pedir, Senhor, a força
necessária para passarmos da morte do pecado à vida da ressurreição.
Todos: Oh, meu Jesus, eu creio que estais presente no
Santíssimo Sacramento. Amo-Vos sobre todas as coisas e minha alma suspira por
Vós. Mas, como não posso receber Vos agora, de maneira Sacramental, vinde ao
menos espiritualmente ao meu coração.
(Pausa).
Abraço-me convosco, uno-me a Vós inteiramente. Não
permitais que eu me separe de Vós. Oh, Jesus, sumo bem e doce amor meu,
vulnerai e inflamai o meu coração, a fim de que esteja abrasado em Vosso amor
para sempre. Amém
Santo Afonso de Ligório
Escolher um canto de louvor para
ouvir ou cantar.
IV- REZAR COM A IGREJA
Leitor: A “cruz entrega no amor morte e ressurreição”
é a fonte da vida de todo o discípulo de Jesus. Em comunhão com toda a Igreja
queremos rezar.
Todos: Deus, nosso Pai, fonte da vida e princípio do bem
viver, criaste o ser humano e lhe confiaste o mundo como um jardim a ser
cultivado com amor. Dá-nos um coração acolhedor para assumir a vida como dom e
compromisso. Abre nossos olhos para ver as necessidades dos nossos irmãos e
irmãs, sobretudo dos mais pobres e marginalizados. Ensina-nos a sentir a
verdadeira compaixão expressa no cuidado fraterno, próprio de quem reconhece no
próximo o rosto do teu Filho. Inspira-nos palavras e ações para sermos construtores
de uma nova sociedade, reconciliada no amor. Dá-nos a graça de vivermos em
comunidades eclesiais missionárias que, compadecidas, vejam, se aproximem e
cuidem daqueles que sofrem, a exemplo de Maria, a Senhora da Conceição
Aparecida, e de Santa Dulce dos Pobres, Anjo Bom do Brasil. Por Jesus, o Filho
amado, no Espírito, Senhor que dá a vida. Amém!
BÊNÇÃO FINAL
Pai ou Mãe: “Olhai com amor, ó Pai, esta vossa família, pela qual
nosso Senhor Jesus Cristo livremente se entregou às mãos dos inimigos e sofreu
o suplício da cruz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo. Amém”.
Todos: Abençoe-nos Pai e o Filho e o Espírito Santo. Amém.
Pais: Ó Pai, estamos todos aos pés da Cruz com Maria.
Foi desse lugar doloroso que ela se tornou nossa Mãe pela oblação que fez do
seu próprio filho, para que assim recebêssemos Dele a Vida que não mais conhece
ocaso. A ela recorremos neste momento.
Todos: Mãe nossa, escuta a súplica que te apresentamos
nestes tempos difíceis. Estamos perdidos e angustiados, preocupados pelo
incerto futuro, tristes pelos muitos doentes, pelos mortos que apressadamente
sepultamos, pela vida cotidiana diminuída e transtornada, também no dizer a
nossa fé. Repete mais uma vez ao teu Filho Jesus que “não temos mais vinho” ,
não temos saúde, a esperança é-nos difícil. Desconcerta-nos a nossa fragilidade
perante o invisível inimigo. Tu que és Remédio de todo o mal e dispensas,
generosa, a misericórdia do teu Filho, ajuda e conforta, encoraja e aquece, sustém
o caminho, sobretudo quando temos os pés cansados, e a tentação de vacilar e
cair.
Dá-nos a força, ó Mãe, para vencer o mal do nosso
egoísmo, do desinteresse, da indiferença. Torna-nos irmãos de todos e atentos a
cada pobreza. A tua mão, ó Maria dos Remédios, nos cure de todo o mal, e
sustente a fé. Concede-nos podermos ainda louvar-te e agradecer-te com o
coração livre e a voz plena. Amém.
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